Para contrariarmos a esperteza da raposa no galinheiro e não ficarmos cada um a seu canto a esgravatar terra
O Porto tem acordado bonito. Claro que isto da beleza é um conceito subjectivo e não é líquido que seja sequer importante. Como o texto é escrito pela caneta de gente apaixonada pela humidade permanente em que o nevoeiro nos envolve e, principalmente, como teríamos que o começar de qualquer forma, não nos pareceu mal dar-lhe este início. Assim, o Porto tem acordado bonito e acolhedor. Como quem sabe que, no próximo fim-de-semana, vai estar cheio de gente boa, preocupada com o rumo que dão ao mundo e suficientemente viva para o querer modificar radicalmente.
As nuvens deixaram os céus e, abraçando-nos, parecem querer partilhar connosco o amor eterno pela subversão, deixando-nos circular pela cidade em reconhecimento dos locais para onde preparamos acções apenas como silhuetas cinzentas.
É lógico que, se, em vez de Dezembro, estivéssemos em Agosto, arranjaríamos forma de iniciar este lembrete com referências ao calor e à cor dos dias e forjaríamos também maneiras de os fazer corresponder à luta e à revolta. Mas é Outono, quase Inverno, e seguimos por outro caminho, um que nos permite aproveitá-lo para te lembrar que, entre 14 e 16 de Dezembro, andarás, provavelmente, à chuva e, de certeza, ao frio. Assim, não te esqueças de trazer saco-cama quentinho, um colchão, roupa de Inverno nas suas versões frio e chuva, preferencialmente um impermeável, sapatos extra para poderes estar confortável à noitinha. Traz também toda a comida que quiseres partilhar, instrumentos musicais, bancas do teu colectivo, material informativo, tudo o que achares que pode aproveitar à ocasião.
Na sexta-feira estás por nossa conta. Faremos a papinha e serviremos as bebidas. Garantidas estas primeiras tarefas, a Casa entra em autogestão, que é assim que a gente deve aprender a entender-se. Não vai correr 100% bem, mas é tentando que se aprende, é aprendendo que se pratica e é praticando que se expande. Ao jantar, deveremos arranjar forma de nos apresentarmos uns aos outros, que há sempre quem não conheça o que fazem determinadas pessoas com ideias próximas das nossas. Falaremos também da gestão da Casa e conversaremos a partir de temas que alguns convidados já informaram que trarão.
No sábado, saímos à rua para, com humor e rebeldia, incendiar as consciências mais próximas da ignição. Teatro copyriot, uma rádio a bombar com a qualidade que lhe quisermos dar, cerimonial de masturbação nacional, loja livre na rua, empresários em luta de classes, veneração ao verdadeiro Deus, o Cifrão, e ao verdadeiro líder, o Querido. Tudo isto e mais o que a tua imaginação trouxer será apresentado ao pequeno-almoço e posto em prática nas horas seguintes, sendo cada um livre de participar ou não em qualquer das acções.
No domingo, era importante confundir as catedrais do consumo e recolher, para, ao som de improvisações jazzísticas, ver se vale a pena repetir e para o que mais se proporcionar.
Para termos a noção do número de pessoas com que devemos contar, era simpático enviares uma espécie de confirmação.
CONVITE aqui
Sem comentários :
Enviar um comentário