NATO GAME OVER... um ano depois

sábado, 19 novembro, sintoniza a Rádio CasaViva

Com o fim do Pacto de Varsóvia, a NATO, aliança militar das potências capitalistas, via a sua razão fundamental de existência desaparecer. Antes que a colocassem em causa como coisa obsoleta, tratou de promover uma guerra no coração da Europa e de a prolongar até que a intervenção militar externa, em vestimentas de ajuda humanitária, fosse a única possibilidade aos olhos das opiniões públicas mais críticas. Reuniu para redefinir os seus objectivos, deixou de ser uma aliança defensiva e passou a ter como responsabilidade o apoio humanitário a quem apetecesse, quando desse jeito. Nesse espírito, depois da destruição da Jugoslávia, com um papel muito importante no agudizar do conflito na Bósnia, que lhe permitiu legitimar-se perante a opinião pública, a NATO quis voltar à sua característica base, a de braço armado do império, o garante do acesso sem problemas às fontes de riqueza do planeta.

Invadido o Afeganistão e com vontade de, no futuro, poder alargar o seu raio de intervenção, a NATO precisava de assinar um novo documento que lhe permitisse, sem pruridos, invadir quem quisesse. Tinha já a desculpa do apoio a crises humanitárias, chegava a vez do assalto a qualquer país ou região que para a Aliança Atlântica patrocinasse ou abrigasse terroristas.

Esse documento, chamado, como sempre, conceito estratégico, seria assinado em Novembro de 2010, em Lisboa, para deleite do imperador e seus amigos e para insónia dos seus inimigos. Entre estes, encontrava-se a Plataforma Anti Guerra Anti Nato (PAGAN) e o Contra a Guerra Age (C.A.G.A.) que prepararam uma semana de acção, que começou com um peditório para a guerra e acabou com o bloqueio de um dos acessos à cimeira e a detenção, por tanto tempo que configurou ilegalidade, de 42 pessoas, cujos processos-crime foram posteriormente arquivados.

Pelo meio, muitas actividades de rua e uma contra cimeira onde se discutiu um mundo sem NATO e estratégias para lá chegar. Contra Cimeira que aconteceu realmente e teve o seu impacto, apesar das tentativas da direcção do Bloco de Esquerda de esvaziarem tudo o que pudesse ter o nome de PAGAN (ou C.A.G.A.).


Para além disso, havia uma manifestação Paz Sim Nato Não, organizada pela Plataforma que tem o mesmo nome e que é património da CGTP. Esta central sindical, em conjunto com a PSP, não se inibiu de considerar vandalismo toda a contestação que lhe fugisse do controlo, com vários episódios de colaboração entre estas duas forças nascidas para vigiar e punir. E assim, juntinhas, CGTP e PSP encerraram, com uma página negra para o direito à livre manifestação, o que tinham começado com a capa igualmente escura da delação mentirosa de que, do Porto, iriam alegados grupos violentos.

A Rádio CasaViva não quer deixar passar em claro que a NATO se mantém e alargou definitivamente o seu âmbito de acção, como se pôde ver recentemente na Líbia, e não quer deixar no esquecimento que há partidos políticos e movimentos sociais que, dizendo-se de esquerda, acabam por se definirem, através das suas atitudes, como organizações tão fascistas como a própria Aliança Atlântica.

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