Em Dezembro 2011, a polícia grega prendeu 19 pessoas. Um ano antes, em Novembro, a polícia portuguesa prendeu 42 pessoas. Em ambos os casos, foi-lhes instaurado um processo judicial, apesar de libertadas horas depois. Acusação invariável: desobediência à autoridade. Motivo real: manifestação de opinião, de repúdio pela morte do jovem grego Alexis assassinado pela polícia três anos antes, num caso, e, no outro, de contestação à cimeira da Nato em Lisboa.
Estes são meros exemplos do que tende a regularizar-se no nosso mundo, no nosso tempo. Mas apenas queremos falar aqui do lado pragmático da questão, o que tem a ver com dinheiro, necessário para enfrentar custas de tribunal em cada caso instaurado pela censura. Que não se fica pela detenção de pessoas em manifestações, passa também por processos de despejos, como o que o CCL (Centro de Cultura Libertária, em Almada) teve de enfrentar há pouco tempo. De causas ideológicas que preservam a individualidade, dignidade e liberdade, aquelas que exigem fraternidade e solidariedade, a bem da igualdade.
Por isso e para isso, a CasaViva criou uma caixa de resistência, que passa a receber uma parte dos donativos de cada concerto ou iniciativa na casa. O que não impede que a casa não continue a acolher benefits exclusivos por causas em particular. Para angariar uns guitos, a imaginação ajuda: sandes, bolos, bebidas, t-shirts, pins, zines... A caixa está sempre disponível para aceitar ofertas solidárias, para as desembolsar quando justificável. E que nunca nos falte resistência!
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