tanta gente sem casa, tanta casa sem gente II

, 19 dezembro 21h00 entrada livre
















 
O aumento do número de pessoas a dormir nas ruas do Porto mobilizou pessoal a encontrar-lhes alternativa. Numa cidade onde há tanta casa sem gente, ainda mais custa ver tanta gente sem casa. É pela inversão da relação que querem ir. Fizeram uma primeira reunião há uma semana. Continuam hoje. Segue resumo do que foi conversado.

Tem aumentado muito o número de pessoas que 'caíram na rua' ou que só não perdem as suas casas porque têm ajuda na alimentação, por exemplo por, repentinamente, um ou os adultos de uma casa estarem sem trabalho. Há relatos de subida de doenças há muito afastadas, por debilidade ou má e insuficiente alimentação, há pessoas que não tomam toda a medicação de que precisam ou não comerem fruta que chegue, crianças com fome nas escolas ou a desistir delas, por falta de dinheiro para propinas e transportes...

Em Atenas há neste momento 20.000 pessoas a viver na rua. Todos os precários  são potencialmente futuros sem abrigo e a situação cá só pode piorar em Janeiro, com mais impostos e cortes cegos em tudo quanto é estado social, com a diminuição do rendimento disponível para toda a gente. Neste contexto, o assistencialismo instituído não chega a toda a gente, já, e não resolve o problema de fundo - estas pessoas precisam de casa, não de mantas. E o que o Porto mais tem são casas vazias. 

Discutiu-se propriedade privada e pública. E as opções entre o confronto e a via negocial na procura de espaços para habitação dos que perderam a sua. Quer-se resolver o problema concreto, e não desestabilizar ainda mais as pessoas, ou criar-lhes expectativas infundadas. Falou-se do desespero que é não ver sequer saídas para um ciclo descendente e da falta de soluções práticas (alojamento, lavandarias, banhos públicos, etc.), da necessidade de ganhar a confiança das pessoas para as mobilizar a resolução dos seus problemas.

2 comentários :

Anónimo disse...

Uma luta urgente e uma conversa pratica que não deve somente ser por esta época, mas que se façam e altere todos estes parâmetros de uma desigualdade atroz.
Há sempre alguém pior mesmo ao virar da esquina, lutar discutir e agir devem ser lema.

gipio disse...

Uma luta urgente e uma conversa pratica que não deve somente ser por esta época, mas que se façam e altere todos estes parâmetros de uma desigualdade atroz.
Há sempre alguém pior mesmo ao virar da esquina, lutar discutir e agir devem ser lema.