"A obra cinematográfica de João César Monteiro (1939-2003) é um campo
singular de reflexão sobre a realidade social, política e cultural do
Portugal do pós-25 de Abril. Enquanto cineasta, Monteiro insistiu na
criação artística e estética como veículo privilegiado para a afirmação
de um ponto de vista pessoal sobre a sociedade portuguesa dos nossos
dias.Os seus filmes são documentos fundamentais para conhecermos a
evolução da sociedade portuguesa nos últimos anos.
Usando superiormente os instrumentos de que dispõe, João César Monteiro constrói uma obra estética onde o principal objecto de observação e estudo é Portugal. Esta visão permite a execução de uma atenta reflexão acerca da realidade portuguesa dos nossos dias. Ancorado nos mecanismos da comédia, João César Monteiro recorre à sátira e ao
cómico como métodos criadores na construção de uma cantiga de escárnio e maldizer dos nossos dias...
...Em 1996, numa entrevista, João César Monteiro confessa um sentimento de opressão pelo “inferno social” que o cerca. Questionado sobre a forma de “romper” esse cerco, o cineasta responde que tal só será possível através da Revolução. Questionado sobre a sua utopia, Monteiro responde: “Tem a ver com sociedade sem classes, coisas básicas como o direito ao trabalho, enquanto capacidade humana de contribuir para o bem comunitário” (João César Monteiro cit. In França, 1996: 30)."
in Decadência, Regeneração e Utopia Em João César Monteiro, por Paulo Cunha
Usando superiormente os instrumentos de que dispõe, João César Monteiro constrói uma obra estética onde o principal objecto de observação e estudo é Portugal. Esta visão permite a execução de uma atenta reflexão acerca da realidade portuguesa dos nossos dias. Ancorado nos mecanismos da comédia, João César Monteiro recorre à sátira e ao
cómico como métodos criadores na construção de uma cantiga de escárnio e maldizer dos nossos dias...
...Em 1996, numa entrevista, João César Monteiro confessa um sentimento de opressão pelo “inferno social” que o cerca. Questionado sobre a forma de “romper” esse cerco, o cineasta responde que tal só será possível através da Revolução. Questionado sobre a sua utopia, Monteiro responde: “Tem a ver com sociedade sem classes, coisas básicas como o direito ao trabalho, enquanto capacidade humana de contribuir para o bem comunitário” (João César Monteiro cit. In França, 1996: 30)."
in Decadência, Regeneração e Utopia Em João César Monteiro, por Paulo Cunha
Biografia de João César Monteiro, pelo próprio A minha certidão
1ª sessão - curtas metragens
2ª, 3 março 21h30 entrada livre
Sophia de Mello Breyner Adresen (filme) 1969 [16'44'']
A única experiência de cinema documental de João César Monteiro. O filme trata a obra poética da escritora Sophia de Mello Breyner Adresen.
O Rico e o Pobre 1979 [25'41'']
Interessante exemplo, em curta-metragem, da "escola" do Novo Cinema Português que, apesar de tudo, João César sempre recusou ver-se como fazendo parte.
Conserva Acabada 1990 [12'23'']
Filme onde se encontra já alguma da simbologia nascida da criação do "alter-ego" João de Deus.
Lettera Amorosa 1995 [5'21''] e Passeio com Johnny Guitar 1995 [3'27'']
João de Deus em todo o seu esplendor. Estas duas curtas metragens têm a particularidade de terem narrativas diferentes mas com uma mesma perspectiva espacial.
Próximas sessões:
10/3 2ª sessão - Recordações da Casa Amarela 1989 [117'20'']
17/3 3ª sessão - O Último Mergulho 1992 [87'55'']
24/3 4ª sessão - Branca de Neve 2000 [72'31'']
31/3 5ª sessão - Vai e Vem 2003
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