Oportunidade única de ver estes 3 projectos musicais no Norte do território, mais precisamente, no Porto. Um na Casa Viva, outro na Associação do Brito (um sítio brutal à espera de ser encontrado)
Para testar a ver se alguma coisa te interessa (clicar no nome):
Zi é um duo com muitos mundos dentro. Os personagens deste conflito sonoro encontraram-se pela primeira vez há quase uma década numa estação de comboios dos subúrbios lisboetas, momento em que iniciaram aquilo que se tornaria uma longa relação de amor/ódio musical que terminaria de forma obviamente sangrenta. Zi é um retorno: desde o divórcio musical a voz não voltou a trabalhar com outros músicos, e o músico não voltou a trabalhar com outras vozes. Continuam a odiar-se.
Um sem fim de possíveis instrumentos une a maquinaria analógica, um ukelele e até um saxofone comprado em mão em Cantão (China) à voz falada, cantada, gritada e destonada.É um manifesto contra as máquinas digitais, as suas maças, ecrãs luminosos, e botões "play", onde nada é criado, pura e simplesmente reconstruído artificialmente...
Mas o que é Zi?!
Talvez paisagens sonoras através dos desencontros dos tempos e dos tons do mundo que fazem hoje a matéria humana desta galáxia sonora em que nos experimentamos. Vários planos de navegação se interseccionam, muitas tempestades, alguns desertos secos. E a voz interna junta-se também à palavra alheia, indo buscar Carroll, Whitman, Burroughs… e nada nos impede que num salto sem aviso vos façamos deslizar de um cenário negro com toques de Hitchcock para um baile country perdido algures no Kansas.
Zxi são 2 gajos que se fartaram de trabalhar no “obral” e querem tocar qualquer coisa que se assemelhe a uma gata com cio numa noite estrelada. Gostam de cerveja e de dizer piropos a carros de alta cilindrada conduzidos por ex-ministros. Como hobbies, têm a acupunctura em ossos de vaca e cuspir tremoços a longas distâncias.
São 2, porque 2 já é demais, um agarrado a paus a ritmar ao luar de um néon qualquer, e o outro a fingir que sabe tocar saxofone alto, não “alto”, mas alto; e mais umas electrónicas que como ambos referem, “é para dar aquele kick”.
A única pretensão é não a terem, e dançar é uma obrigação!
Zhuxi
Ecossistema multi-indisciplinar de sons eletro-semânticos supliciados numa atmosfera visual rizomática.
Os autores propõem mostrar dois sistemas pré-gravados em dois suportes distintos(WAV/MPEG). Estes serão complementados por cadências tonais e atonais executadas em tempo real.
A linearidade matemática, aplicada a priori a estes dois formatos tecnológicos, será quebrada pela imprevisibilidade que os seus executantes irão demonstrar nos seus instrumentos electrónicos e acústicos.
"o mundo perdeu o seu pivô, o sujeito não pode nem mesmo fazer dicotomia, mas ascende a uma mais alta unidade de ambivalência ou de sobre-determinação, numa dimensão sempre suplementar àquela do seu objecto."
(Deleuze e Guattari; 2004, p.14)
Nota: Bem está tudo dito, se não estás convencido, mais vale ir para a discoteca, ou pelo menos beber copos na rua com os amigos... tudo menos ficar em casa!
dUASsEMIcOLCHEIASiNVERTIDAS & Associação Terapêutica do Ruído
próximas sessões terapêuticas:
Vale de Pandora, Vale de Cambra | 16 Setembro (sex)
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