sábado, 24 janeiro 13h00 entrada livre
Vinte pessoas foram detidas, no passado dia 11 de Novembro, em quatro locais de França – Paris, Rouen, no Este, e numa pequena aldeia do centro chamada Tarnac, onde algumas moram numa quinta comunitária –, na sequência de uma operação policial com 150 polícias antiterroristas, um helicóptero, cães-polícias (e também dezenas de jornalistas). Dez ficaram detidas para interrogatórios. Nove foram acusadas, sem provas, de "associação de malfeitores" e "terrorismo" por alegadas sabotagens nas linhas do T.G.V.. Duas ficaram em prisão preventiva, uma das quais ainda permanece detida, tendo a outra sido libertada em 16 de Janeiro, por falta de provas.
A questão de Tarnac não é um erro judicial. Não apenas, pelo menos. É uma ilustração, a mais flagrante por ser a primeira, daquilo que se tornou a lei no momento do antiterrorismo. Onde o estado de excepção deixa de ser uma profecia para se tornar efectiva e visivelmente o regime em que vivemos. E claro que o facto de serem acusados de "terrorismo" faz parte de uma estratégia estatal para os isolar e os separar do resto da sociedade. Quem deseja apoiar pessoas que querem espalhar o terror? É, também, uma maneira de alimentar ainda mais o medo estrutural relativamente ao mundo do Capital e de aparecer como o único protector. "Não tenham medo dos terroristas (ou dos imigrantes, dos jovens, dos sem tecto, dos ladrões…), estamos aqui para vos proteger", diz o Estado. Nos tempos actuais, quando a democracia já não faz sonhar muita gente, perante a ideia de que o principal objectivo da vida é trabalhar e comprar mercadorias - o que já vem a ser questionado tanto na teoria como na prática - quando a crise já não é só económica mas também ecológica, ética, social - para usar o vocabulário da sociologia – e parece cada vez mais incontrolável, o Estado tem de apertar o controlo das pessoas à sua volta.
Por toda a França e noutros países, foram criados comités de apoio. Existe uma proposta do comité de apoio de Tarnac (www.soutien11novembre.org) no sentido de organizar, durante dez dias, de 15 a 25 de Janeiro, o máximo de iniciativas, concertos, projecções, debates, com o objectivo de não deixar esta questão cair no esquecimento, para que sejam reavaliadas as acusações que caem sobre os nossos companheiros e também para que sejam libertados os que se encontram presos. Isto permitirá igualmente anunciar e preparar uma grande manifestação nacional para dia 31 de Janeiro, em Paris.
Aqui em Portugal, o programa é o seguinte:
DIA 16 – 21h00 DEBATE
CENTRO DA CULTURA LIBERTÁRIA, ALMADA
Rua Cândido do Reis, 121, 1º Dto – Cacilhas
ateneu2000@yahoo.com
DIA 21 – 21h30 CONVERSA
LIVRARIA GATO VADIO, Porto
Rua do Rosário, 281 - gatovadio.livraria@gmail.com
DIA 24
13h00 ALMOÇO/CONVERSA
16h00 CONCERTO
CasaViva, Porto
Praça Marquês de Pombal, 167
casaviva167@gmail.com
Contacto: solidariedade11novembro@gmail.com
Mais info: www.soutien11novembre.org
www.syndicat-magistrature.org/spip.php?article825