Vai e Vem, 2003 (english subtitles)
João Vuvu, viúvo, sem
família, à excepção de um filho que se encontra a cumprir pena de prisão
por duplo homicídio e assalto a um banco à mão armada, vive sozinho em
casa própria, ampla, soalheira e indiciadora de apreciável abastança,
num bairro antigo de Lisboa, situado no sopé do Monte Olivete. Pouco ou
nada sociável, o senhor João Vuvu efectua diariamente o seu passeio no
autocarro nº 100, repetindo infatigavelmente o mesmo trajecto: no
sentido ascendente entre a praça das flores e o jardim do Príncipe Real
e, no sentido descendente, até ao ponto de partida e subsequente
regresso a casa.
O último filme de João César Monteiro, é a obra mais biográfica do autor. Nele, João César desmonta o seu próprio cinema para depois o voltar a refazer, autocritica-se e expõe-se emocionalmente. E fá-lo sempre na presença daqueles que dele se alimentaram, o público, o tal que João César Monteiro, um dia, quis que se fodesse. Um dos maiores filmes do cinema contemporâneo.
É efectivamente uma despedida em forma de frames, e de sorrisos em esguelha, e de humor negro quase “nosferatus”, e de tristeza enraivecida, e de tempo cíclico, e de radical critica à sociedade, e de ternura sincera. E tudo é uno num olhar azul, final, que nos convida a sermos João César Monteiro com o próprio, no próprio.
É um abraço azul, enorme, quase sufocante, que João César Monteiro nos oferece na despedida. Isso e toda a sua obra.
O último filme de João César Monteiro, é a obra mais biográfica do autor. Nele, João César desmonta o seu próprio cinema para depois o voltar a refazer, autocritica-se e expõe-se emocionalmente. E fá-lo sempre na presença daqueles que dele se alimentaram, o público, o tal que João César Monteiro, um dia, quis que se fodesse. Um dos maiores filmes do cinema contemporâneo.
É efectivamente uma despedida em forma de frames, e de sorrisos em esguelha, e de humor negro quase “nosferatus”, e de tristeza enraivecida, e de tempo cíclico, e de radical critica à sociedade, e de ternura sincera. E tudo é uno num olhar azul, final, que nos convida a sermos João César Monteiro com o próprio, no próprio.
É um abraço azul, enorme, quase sufocante, que João César Monteiro nos oferece na despedida. Isso e toda a sua obra.