As hortas urbanas são espaços de Liberdade
Há muito que sabemos que é preciso reinventar a cidade! É preciso, é
urgente criar elos profundos entre as pessoas e os espaços que habitam. Temos verificado que é na cidade que se revelam as extremas situações de pobreza em torno de uma necessidade básica: a alimentação.
Por
outro lado, temos assistido aos recorrentes ataques brutais dos poderes
autárquicos a projectos comunitários autogestionados, tal como
aconteceu na Horta do Monte, em Lisboa, a 25 de Junho 2013. Noutro
contexto, no Porto, a Horta Quinta Musas da Fontinha corre o risco de
expulsão.
Neste sentido, Palavras ao Alto
propõe uma variedade de leituras para discussão: desde textos clássicos
sobre jardins idílicos, passando pela poesia, a prosa, a arquitectura e
testemunhos recentes do sucedido na Horta do Monte.
As hortas urbanas constituem um instrumento de luta pela
auto-suficiência dos habitantes das cidades, pela reconstrução do espaço
social e pela reconfiguração humana da cidade!
Uma população concentrada nas cidades
Com
o pacto transatlântico (só mais um novo projecto neoliberal) a ser
congeminado entre os EUA e a UE, à revelia dos povos de todas as regiões
da UE (e provavelmente dos EUA), mas na miragem da criação de empregos,
isto sem ter em conta as revelações assustadoras que o dissidente e
apátrida Edward Snowden trouxe ao conhecimento de todos, os novos
contornos da já efectiva perda de soberania dos países membros da UE e,
consequentemente, do desrespeito pelas suas populações ganha outras
dimensões. Este pacto envolve principalmente questões comerciais e
financeiras, entre as quais se encontram provavelmente a questão do uso
livre das sementes e a respectiva «ofensiva comercial» da Monsanto.
Podemos
facilmente ligar estas manobras ao relatório que o NIC (National
Intelligence Council) entregou a Obama, no início do seu novo mandato na
Casa Branca, que, pelo que nos diz I. Ramonet, se torna o «documento de
referência para todas as chancelarias do mundo», apesar de ser uma
interpretação segundo os interesses dos EUA. Neste relatório, um ponto
em particular chama a nossa atenção: a previsão de que, em 2030, 60% da
população mundial viverá em cidades. Assim sendo, perspectivando
próximas acções, propomo-nos a ler, pensar, debater esta questão das
hortas urbanas.