livro do mês de setembro

Não sabes como vais morrer, de Jaime Froufe Andrade

3 setembro 21h30 Palavras ao Alto
17 setembro 21h30
conversa com o autor


Por que um livro também respira, volta e meia a Biblioteca da CasaViva destaca um exemplar de uma das suas prateleiras e chama-lhe “livro do mês”. NÃO SABES COMO VAIS MORRER, 7 mais 1 histórias de guerra e regresso atribulado no Vera Cruz, de Jaime Froufe Andrade, colecção Memória Perecível, da Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto, é o livro de Setembro. 5ª edição recentemente oferecida pelo autor, alferes miliciano ranger combatente em África entre 1968 e 1970 numa guerra que não era a sua.



O livro do mês de Setembro, acessível à entrada da biblioteca, provocará dois momentos de convívio: Palavras ao Alto – leitura partilhada da obra, no dia 3, terça-feira; e, duas semanas depois, a 17, conversa com o autor, Jaime Froufe Andrade. A começarem pelas 21h30.


“A manhã vai a meio. E eu, a meio de outro uísque.” Nessa manhã, 17 de Setembro de 1968, o alferes Andrade não estava na escala de serviço operacional, estava bem disposto. “Estamos na tórrida África, é preciso beber. Sentado numa cadeira feita de ripas de caixotes de sabão, obra do soldado Melo, carpinteiro na vida civil, vou deixando correr o tempo.” Vê chegar um estafeta apressado. Não demora a ser chamado ao posto de comando e depressa recebe ordem para ir rapidamente atacar uma base. “Outra surpresa; não levarei o meu grupo de combate. Comandarei um outro. Com esse farei o golpe de mão! Na tropa, ordens são ordens. Calei-me. Manda quem manda porque manda | nem importa que mal mande ou mande bem, Fernando Pessoa bem tinha avisado." O que não sabia o alferes Andrade é que o desenrolar dessa manhã o acompanharia o resto da vida, ao som da marrabenta que tocava no rádio portátil de um guerrilheiro da Frelimo feito prisioneiro.

O rádio portátil é a primeira história deste livro, entretanto abordada numa conferência na Biblioteca Museu República e Resistência, em Lisboa, que lhe deu particular projecção. Com mais ou menos projecção, são oito histórias de guerra escritas 40 anos depois, testemunhos de “como difícil é esquecer”. Porque, ao contrário do que estabelece a História, a guerra colonial não terminou em 1974. Em rigor, escreve Jaime Froufe Andrade, a guerra colonial continua a impregnar o nosso tecido social. “Lavra, noite e dia, sem descanso, no corpo, no espírito de quem a fez.”

O livro termina com uma nona história, um agitado episódio da viagem de regresso de Moçambique a Portugal, em 1970, a bordo do navio Vera Cruz, sobrelotado com três mil militares.

Jornalista profissional, Jaime Froufe Andrade nasceu no Porto em 1945.

matiné de domingo

1 setembro 17h30 entrada livre

O meu Tio, de Jacques Tati
França, 1958 [117']













No filme O Meu Tio (Mon Oncle), o produtor e director Jacques Tati faz uma crítica satírica à modernidade artificial do pós-guerra, pondo em contraste o quotidiano de Monsieur Hulot, um homem simples e desajeitado, que vive numa casa desarrumada e antiga, e o ambiente ordenado e moderno da sua irmã, casada com um homem rico. De um lado, a vida moderna urbana, recriada em ambientes de formas geométricas perfeitas, de tonalidade clara, em geral branca, exageradamente limpos, frios e vazios; e de outro, a vida tradicional sob maior mistura de tons e cores, formas variadas, com ambientes realistas, naturalmente sujos, poéticos e aconchegantes.

Monsieur Hulot vive uma série de peripécias que ridicularizam a febre modernista do final dos anos 50, e, com seu jeito simples e ingénuo, ganha a simpatia do seu sobrinho Gerárd.

Com um humor peculiar, Tati brinca com a percepção do espectador, expondo a falta de comunicação existente no mundo moderno, através, por exemplo, do ruído exagerado da fonte do jardim da casa moderna, accionada apenas na presença de visitantes ilustres, atingindo o absurdo na conversa entre a Sra. Arpel e o marido, sob o barulho de electromésticos e máquina de barbear.

A incomunicabilidade na casa onde "tudo se comunica" é ainda apresentada na relação de Gérard com seus pais, a cujos olhos não passa de um miúdo rebelde, que pouco liga, por exemplo, a um comboio que o pai lhe deu, para, em seguida, se maravilhar com um apito ou um boneco de papel oferecidos pelo tio Hulot.

Obediente, de comportamente tido como exemplar, o pequeno cão da família parece representar o próprio filho dos Arpel, contrastando com as travessuras de Gérard, que se une a um bando de miúdos de rua que não seguem regras.

Depois do filme há jantar vegetariano, traz matéria prima e apetite.

viagem ao outro lado do espelho

A partir de 1 de setembro:
domingos, das 15h00 às 16h30
quartas-feiras, das 19h00 às 20h30












A VIVA E O TEATRO

Falar, andar, tropeçar, sonhar...
Tudo se pode fazer do outro lado do espelho...
Tudo se pode ser no teatro...

Sem regras, sem leis, sem professores nem  mestres a CasaViva quer experimentar o Teatro.
Nesta experiência quase tudo pode ser real, basta estar cá.

Traz roupa confortável

major javardolas + mini milk

6ª, 30 agosto 18h00 entrada livre
 
Major Javardolas
Javardo-core do Sul
majorjavardolas.bandcamp.com
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Mini Milk
Kuduro-core made in Porto